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História do sintetizador: Os anos 60 (Parte II)


Os primeiríssimos módulos como o oscilador 901(baixa frequência ou áudio) e o filtro 904A,continuam a ser itens de um preço altíssimo,mesmo que a sua estabilidade seja algo questionável.
Pelos meados dos anos 60,os módulos Moog podiam ser comprados pré-agrupados de fábrica(se bem que por ecomenda,claro) em gigantes caixas de madeira intitulados com o célebre 3C(0s modelos C2 E 1C também eram feitos).O 3C era uma colecção de botões e interruptores e os primeiríssimos eram mesmo feitos á mão pelo próprio Tio Bob,representando o melhor em sintetização modular em termos sónicos(a falta de circuitos integrados no processo de sinal do sistema é o que lhes confere a sua enorme claridade em altas frequências).
Por meados dos anos 60,os desenhos do Bob Moog foram comprados por muitas faculdades de música dos Estados Unidos,uma das quais a Columbia-Princeton Electronic Music Center onde o Walter Carlos então estudava.A afinidade e predisposição de Moog para ouvir os músicos(Carlos era então um seu "conselheiro")estava em grande contraste com um homem que,na costa oeste da américa,também tinha desenvolvido uma série de módulos controladores de voltagem como alternativa rápida e mais fluida ás técnicas de música concreta:Don Buchla.

O outro homem dos sintetizadores
Buchla sempre foi tresmalhado.Se bem que Bob Moog não fosse propriamente um escravo do teclado,rapidamente assimilou o controlo através de teclado convencional para os seus esquemas.Buchla sempre viu as teclas como castradoras da liberdade de expressão do sintetizador,preferindo intuitivamente placas de toque sensíveis,não muito diferentes das de um stylophone.
Buchla trabalhou para o San Francisco Tape Music Center,fundado pelo "concretista"Morton Subotnik.Uma das principais aplicações para os seus desenhos foi um processo de acelerar o "disparo" dos "loops" do Centro,guardados numa fita de cassete.Hoje em dia ,em 1996,nas estações série N da Korg,podemos "disparar" loops a partir de teclas individuais...
Estes foram os dias pioneiros,encabeçados por Moog e Buchla,mas que,de forma alguma,foram limitados a estes.De facto,Harold Bode produziu o seu pré-sintetizador Melochord nos anos 50.
No Reino Unido havia um homem chamado Pete Zinovieff na empresa EMS e Norman Milliard na EMI,cujo modelo "Black Monster"de quase 100 quilos era um modelo modular,exclusivo para aplicações educacionais.
Todas estas empresas e instrumentos funcionavam em ambiente de estúdio ou de laboratório.Os músicos,se é que usavam algo de electrónico nesses tempos,além dos orgãos e dos pianos,ou tocavam Mellotron ou um dos seus muitos associados ou derivados,ou então dedicavam-se ao Theremin.O Theremin é popular agora,mas,nos anos 60,centenas destes "móveis"apareciam em salas de estar e em sessões de gravação,um dos casos mais notáveis é o tema "Good Vibrations"dos Beach Boys,em 1966.
O disco "Switched on Bach" catapultou a palavra sintetizador para a linguagem di dia-a-dia,mas o sintetizador ainda não era visto como um instrumento musical.Para esta conversão todas as honras vão para o MiniMoog que inrrompeu na cena já nos anos 70.

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Nos anos 60,o objectivo do sintetizador era criar,literalmente sintetizar novos sons a partir de elementos-chave como a tonalidade,timbre e envolvente. A samplagem ainda não existia no dicionário da tecnologia da música,mas pessoas como Henry Chamberlin,da Califórnia,andavam a fazer tentativas para oferecer ao teclista sons de instrumentos acústicos reais,fazendo uso de gravações em fita de notas sustidas e padrões de ritmos que podiam ser retirados de um teclado. Chamberlin embarcou neste projeto nos anos 50,se bem que o Rythmate M1 e M2 e o Musicmaster só tenham sido produzidos no início dos anos 60.Eram todos notoriamente temperamentais.Á parte alguns utilizadores notáveis,depois de alguns anos passados(Bowie e Eno no álbum "Low" de Bowie),o argumento principal de Chamberlin foi que a sua invenção serviu de "modelo"ao primeiro aparelhoI de emulação, o Mellotron. Os Mellotrons eram feitos com a marca da Streetly Electronics por um trio de irmãos chamados Bradley.

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Costuma dizer-se que quem se lembra dos anos 60, é porque não esteve lá.Bem,não é verdade,mas também se for,o que é que isso interessa? O que interessa é que,por alguma razão,toda a gente se "lembra" ainda dos anos 60 e "sintetizador" não era uma palavra que se ouvisse da boca dos músicos,pelo menos até 1968,quando a CBS lançou um álbum,de um estranho qualquer,chamado Walter Carlos que tocava concertos de Bach,numa coisa que se chamava "sintetizador Moog". O ano de 1968,deve dizer-se,foi também o ano em que a CBS acertou em cheio com o"Lady Willpower",dos Union Gap,foi o ano do "Mony Mony",pelos Tommy James and The Sondels,do "Little Arrows",do Leapy Lee Deus-nos-valha e "Ÿummy Yummy Yummy",dos Quero-Lá-Saber... A época do Bubblegum no seu apogeu... O disco "Switched on Bach",caiu que nem uma luva,pelo menos para os administradores da CBS-bem,caiu e não caiu-mas,ao contrário dos seus companheiros de cela,co